E fiquei bem feliz com a indignação das pessoas em pisar nos retratos que expus. Foram 52 desenhos com 64 pessoas retratadas.
Isso, para mim, mostrou que a maioria das pessoas ainda sentem admiração pela estética do belo.
Apesar da quebra de todos os paradigmas que o pensamento pós-moderno tenta impor à sociedade,
a sociedade, ainda que representada ali somente por universitários, se mostra sensível e admiradora do clássico conceito da estética, ainda admira o "belo".
Os trabalhos foram pisados.
Se estivessem na parede, seriam talvez, apenas admirados.
No chão, eles proporcionaram um certo questionamento na maioria dos que passaram por lá.
Questões como: "Porque esta arte está no chão? Isso é bonito! Deveria estar na parede!
Devo ou não pisá-la?"
Por alguns instantes, essas pessoas, e até, outras que são indiferentes ao que se passa, talvez, por causa da correria do diadia, tiveram seu lapso de percepção de que algo diferente aconteceu ali.
É pouco.
Mas é muito significativo.
2 comentários:
Nem preciso falar mais sobre a meus sentimentos a esse respeito, mas devo comentar sim sobre sua coragem. Para mim o impacto causado em algumas pessoas que observei foi muito maior do que acreditei que pudersse causar.
Eu também fiquei feliz ao ver que ainda existe respeito em alguns. Parabéns!!! Você teve uma sacada brilhante.
Grato Sandra. Realmente, se os retratos estivessem expostos nas paredes, talvez só dispertasse a atenção porque foram bem feitos.
Ali no chão, o questionamento foi muito maior, se esta arte tem ou não valor.
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