Quando uma pessoa tenta manter o filho sob amarras psicológicas.
Meu primo Silas lembrou-se que seus pais o ensinaram que se ele acionasse o botão que destrava o frio de mão o carro explodiria, isso para ter certeza que ele não mexeria no carro enquanto buscassem algo numa farmácia por exemplo. Seu irmão Adriano, tres anos mais velho, sabendo a verdade sobre a função do tal botão, aproveitava-se do medo de Silas para deixá-lo aterrorizado. Quando os dois ficavam sós no carro, Adriano ameaçava apertar o botão, e Silas desesperado, o implorava que não fizesse isso.
Contou-nos dando muita risada, mas lembrando que à época tinha um medo terrível.
Ensinar ao filho que ele é incapaz de dormir longe da mãe é a mesma espécie de terror psicológico que Adriano aplicou no Silas. Meu filho Henrique foi ensinado, doutrinado assim. Hoje ele tem 9 anos, ainda sofre para dormir fora de sua casa. tem dormido mais frequentemente na casa de sua tia materna e às vezes dorme em casas de amigos. Desde um ano e meio de idade, nunca mais dormiu em minha casa.
Hoje ele conheceu a história do Silas, aquela mentira que ensinaram ao Silas e como se tornou verdade para ele.
Claro que Henrique vai saber que foi ludibriado.
Mas, isso custou-lhe horas preciosas da sua infância sem o convívio comigo, seu pai.
E tem lhe custado uma paranoia psicológica. Um trauma a ser superado.
Por um capricho da mulher que mantém a guarda dele e quer tê-lo a todo custo sob seu "total" controle.
Eu o questionei: "-Você consegue dormir na casa da sua tia, não é?
-Mas ela é minha tia.Respondeu Henrique.
-E eu? que sou seu pai?
- Mas eu convivo mais com ela do que com você, pai.
- Pois é, Henrique, você tem ideia por qual motivo você convive pouquíssimo comigo?"
Henrique ficou pensativo.
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