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sexta-feira, 8 de julho de 2011

COMPLETANDO MAIS UM ANO. APENAS UM...

Há exatamente um ano atrás completei 50 anos, 
abri uma pasta no Word e a denominei “50”. 
Tinha a intenção de expressar minhas reflexões de um ser humano com meio século de vivências...
A pasta está bem vazia.
O curto tempo para refletir e escrever, me fez por optar em escrever direto no blog. 
Mas é diferente.
No meu blog “Artes Plácidas”, desenvolvo meus pensamentos mais como um artista e Arte-Educador. Já na tela branca do Word eu me sinto: um ser humano que vive fazendo opções dentro das circunstâncias que a vida apresenta.Aliás, é interessante como a influência de como nos desenvolvemos culturalmente acaba tendo certa “força” em nós.

Porque 50 anos é um marco? 
Porque desenvolvemos a contagem do tempo?  
Qual o significado que tem a palavra “século”? e “meio-século”? 
Porque pode se tornar interessante escrever um livro com a idade de 50 anos? 
Estas questões, enfim, passam a ser relevante para boa parte das pessoas mais reflexivas? Talvez.

Mas o que vi, ouvi e vivi neste ano, não é nada diferente do que todos os seres humanos viram, ouviram e viveram.
Como as câmeras filmadoras estão espalhadas por todos os cantos do planeta, temos visto de tudo e esse “tudo” ficou ainda mais amplo para nós, do que para nossos bisavós.
Imagens de pessoas sendo arrastadas, feridas, atropeladas, linchadas, executadas, agredidas, abandonadas...
A vida verdadeira estará se transformando num “game”?
As pessoas não estarão confundindo?
Na vida real não tem o botão de “re-start”.
E os nossos sentimentos? Já estão se acostumando que a isso que vemos é o normal?
Vimos na terça-feira, a dona de um gato indignada por encontrá-lo com uma flecha atravessada no pescoço (e é realmente um absurdo), emocionada pedindo justiça. No mesmo telejornal, minutos antes, passou uma reportagem de um morador de rua em Brasília que morreu apedrejado. Porém, ninguém se indignou, ninguém reclamava justiça, nem sequer o apresentador se mostrou extasiado com o fato de ainda apedrejarem um ser humano. No Brasil! E em Brasília!
Nossos sentimentos estão “confortavelmente entorpecidos” cada vez mais.
Qual a relevância de mais um livro, diante desses fatos?
Estamos chegando a 7 bilhões de pessoas no nosso planeta.
Se todas resolverem escrever um livro, extinguiremos as árvores do planeta rapidinho.
Já estamos passando da hora de imprimirmos qualquer texto, livro ou coisa semelhante, por demanda, ou seja, se alguém necessita do texto escrito em papel, imprima e pague os devidos direitos.
As circunstâncias cotidianas enfim, tem nos inspirado a expressar nossas opiniões cada vez mais, mas, é muita gente escrevendo para tão poucos leitores. Será que necessitamos mesmo escrever? Publicar?
A vida tem que voltar a ser básica urgentemente! Somos (quase)7 bilhões.
Muitos estão usando o planeta nem pensando nestas questões.
Muitos estão produzindo e consumindo o planeta, como que aproveitando uma liquidação de artigo em liquidação em loja de saldão: 
-Corra e pegue o seu antes que acabe”, há um desespero no ar, 
um ar meio “o mundo está acabando mesmo...”




APENAS UM...



Meu fogo quando foi aceso
queimou forte, alumiou os arredores
na fase branca da infância e na azul da pré-adolescência,
Vivi a fase laranja (que Picasso talvez não tenha conhecido)
da adolescência imatura que procura os seus iguais.
(Talvez Picasso a tenha vivido mas não a registrou.)
Vivi a fase vermelha do fogo, das bebidas,
do sexo,das drogas, dos abortos, dos casamentos mal conduzidos, das profissões
e de tudo mal elaborado, enfim.
Vivo agora a fase amarela do fogo maturando,
tendo ao meu lado quem, desejo eu, seja minha derradeira companheira.
Auxiliando mais atento, aos filhos,
cultivando melhor os amigos,
guardando chama viva, mansa, para os netos...
E quisera eu, ter sabedoria suficiente
para queimar mansamente
minha madeira toda
de maneira que eu nem chegue a chamuscar
os dedos de Deus.



3 comentários:

Peregrino disse...

Cinquentão! Cinquentão!
Li uma vez um provérbio africano: Quando um homem morre é como se uma biblioteca inteira fosse queimada.
Precisamos manter os ideais de simplicidade vivos.
E você tem ajudado nesse ideal.
Feliz 51. E que venham mais!
abs
Nata

Unknown disse...

Belíssima reflexão... São coisas a se pensar, na leitura me passaram mil coisas pela cabeça,interessante pensar anos após anos e vemos coisas semelhantes nos jornais,na educação e muitas vezes até no dia a dia, mas a interpretamos dentro de diversas formas da qual acompanham nosso repertório, dando devidos níveis de importâncias...E assim acrescentamos informações, conhecimentos... Experiências...
Enfim... Parabéns pelos 51 anos de vivência e conquistas infinitas.

Abraços
Karina

Manoel Plácido disse...

Valeu meus queridos, vocês só me estimulam a seguir compartilhando.
E revelam a beleza da particularidade de cada um, de cada ser humano.
Muito grato!